Escavações de minas e túneis podem ter marcado a Terra para sempre
Publicado no jornal Anthropocene, o novo estudo,conduzido pelo geólogo Jan Zalasiewicz, afirma que algumas das escavações, túneis e minas irão marcar o nosso planeta para sempre.
Para Zalasiewicz e sua equipe, “muitas das mudanças que vêm acontecendo na geologia da Terra foram causadas por seres humanos, e isso é permanente”. Os pesquisadores da University of Leicester, na Inglaterra, têm chamado o fenômeno de “anthoroturbation”, uma referência às bioturbações, danos normalmente causados na terra por animais como formigas.
Contudo, enquanto os “trabalhos” realizados pela natureza têm alcançado – no máximo – os 68 metros de profundidade com raízes de árvores, mineiros já atingiram os 12 mil metros na Rússia, na procura por ouro. “A escala não tem precedentes na história da geologia. Minas e túneis de escavação são grandes e óbvios furos em pedras. Eles não têm sido sutis”, afirma o autor da pesquisa.
Existem ao menos um milhão de túneis ativos no Reino Unido e a mesma quantidade nos Estados Unidos. As que mais causam danos à geologia do nosso planeta têm sido as de desenvolvimento de armas atômicas, mas não as minas de urânio. E sim os testes de bombas, que deixam cicatrizes enormes, já que massas de rochas derretidas podem se infiltrar centenas de metros adentro do solo. Um teste realizado no Alasca criou a mesma quantidade de rochas derretidas do que a erupção de vulcão de tamanho médio.
Bioturbações marcam terrenos
Além disso, Jan Zalasiewicz está liderando o grupo que quer definir a “Anthropocene” como uma nova era geológica, marcada pelos impactos causados pela presença do ser humano na Terra. A equipe deseja ganhar o reconhecimento como uma real era geológica depois de entregar a recomendação, prevista para 2016.
Para os pesquisadores, a ‘anthroturbation’ pode marcar a Terra por muito tempo, como finalizou Zalasiewicz: “Essas cicatrizes poderão durar eras e eras geológicas, por centenas de milhões de anos. Algumas, eu suponho, irão existir enquanto o Planeta Terra estiver aqui”.
Fonte: Galileu