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Excesso de peso favorece o ronco e problemas como apneia do sono

Gordura corporal comprime a garganta e torna a respiração mais difícil.
Saiba quais são os grupos de risco, sintomas e tratamentos do distúrbio.

Controlar o peso pode ser fundamental não só para evitar problemas como colesterol alto e diabetes, mas também para não roncar.
Isso porque o excesso de gordura corporal aumenta também os músculos da língua e o volume ao redor da traqueia, comprimindo a garganta e tornando a respiração mais difícil, principalmente durante o sono, quando o corpo está relaxado e o estímulo do cérebro para respirar diminui.
Segundo o endocrinologista Alfredo Halpern e a pneumologista Lia Bittencourt, do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a maioria dos pacientes com apneia tem a garganta (faringe) estreitada e com um formato mais arredondado, devido ao acúmulo de gordura na região e à posição da mandíbula e do maxilar, que se projetam para trás.
Quando a respiração é interrompida, a pessoa desperta – sem necessariamente recuperar a consciência e abrir os olhos.


As pausas respiratórias costumam demorar mais de 10 segundos e são consideradas anormais quando ultrapassam a frequência de cinco por hora.
O músculo da garganta também fica mais flácido com o envelhecimento, o consumo excessivo de álcool, o fumo, o sedentarismo e o uso de remédios sedativos. Para evitar o problema durante à noite, dormir de lado e de bruços ajuda.
Para o tratamento, existem dois aparelhos de pressão que são colocados nas vias aéreas, por meio de uma máscara: o CPAP e o Bipap. O primeiro joga ar em alta velocidade para desobstruir a garganta e ajudar o ar entrar com o mesmo nível de pressão na inspiração e na expiração.
No Bipap, a pressão de ar na inspiração é maior do que na expiração. Essa diferença facilita o movimento do tórax e ventila mais o indivíduo. O Bipap é indicado para casos mais graves e quando há outras doenças associadas, como bronquite crônica, obesidade grave e doenças neuromusculares.

Outros sintomas da apneia

- Sono agitado
- Aumento da micção de madrugada
- Sonolência excessiva durante o dia
- Alterações na memória e no raciocínio
- Impotência sexual

Ronco e paradas respiratórias à noite podem indicar apneia do sono
Na maioria dos casos, apneia não tem cura, mas controle de sintomas
Apagar a luz e ter regularidade para dormir garantem boa noite de sono

Grupos de risco

- Obesos
- Homens
- Pessoas acima dos 45 anos
- Indivíduos com alterações dos ossos da face
- Crianças e adolescentes com aumento das adenoides e amídalas
- Quem consome bebida alcoólica em excesso
- Fumantes
- Sedentários

Problemas decorrentes

- Hipertensão
- Arritmia cardíaca
- Infarto
- Derrame cerebral



Mitos

- Roncar significa estar em um sono bom e profundo
- Todo homem ronca e mulher nunca ronca

Verdades

- Dormir de lado e de bruços ajuda a evitar a apneia
- Roncar e parar de respirar durante o sono traz riscos à saúde

Como evitar
- Controle o peso
- Não coma demais nem tome bebidas alcoólicas à noite
- Evite usar remédios para dormir
- Trate problemas de nariz e garganta, como rinite, desvio de septo, sinusite, adenoides e amídalas
- Procure dormir de lado
- Se ronca com frequência, procure um médico

Segundo os médicos, quem ronca e desperta várias vezes por noite também tende a acordar mais cansado e ter problemas de aprendizado e memória durante o dia. Isso sem contar o risco de acidentes no trânsito e no trabalho.
Halpern explicou que uma mulher com circunferência de pescoço acima de 43 cm é uma grande candidata a apneia do sono. Na gravidez, essa região costuma inchar, como todo o corpo da gestante, e favorecer o ronco. O problema também piora na menopausa, quando ocorre uma diminuição hormonal no corpo feminino.
Nos homens, o volume do ronco pode chegar a 90 decibéis, comparável a um motor de caminhão ou turbina de avião, de acordo com a médica Lia Bittencourt.

Fonte: G1