Técnica de troca de genes vira estratégia de sobrevivência para borboletas
Pesquisadores observaram que diferentes espécies estão fazendo reprodução cruzada para terem cores nas asas
Borboletas brilhantes pretas e vermelhas que vivem nas margens da floresta amazônica desenvolveram técnicas extraordinárias de troca de genes para sobreviver, indicaram os cientistas nesta quarta-feira.
Diferentes espécies de borboletas Heliconius estão fazendo reprodução cruzada para terem cores nas asas, de acordo com a comparação de seu código genético.
Diferentes espécies de borboletas Heliconius estão fazendo reprodução cruzada para terem cores nas asas, de acordo com a comparação de seu código genético.
Esse tipo de troca entre espécies, também chamado de hibridização, é extremamente raro na natureza.
Geralmente, o resultado desse processo acaba sendo a morte, porque a prole gerada pela mistura raramente tem uma vantagem competitiva.
No entanto, as características cruzadas, vindas de borboletas de espécies tão próximas - a Heliconius timareta e a Heliconius elevatus - são facilmente adaptáveis a ambientes novos e em mutação.
No entanto, as características cruzadas, vindas de borboletas de espécies tão próximas - a Heliconius timareta e a Heliconius elevatus - são facilmente adaptáveis a ambientes novos e em mutação.
"O que mostramos é que uma espécie de borboleta pode ganhar um padrão protetor de cor de uma espécie diferente se elas cruzarem entre si - um processo bem mais rápido do que ter que desenvolver um novo padrão do nada", explicou o pesquisador Kanchon Dasmahapatra, da Universidade de Londres.
O genoma trouxe outra surpresa. A delicada antena dessas borboletas tem pequenos receptores, e suas minúsculas patas têm papilas gustativas.
Em teoria, essas borboletas não seriam capazes de cheirar ou sentir o gosto dos alimentos muito bem, porque muito do seu material genético é voltado para valorizar sua aparência para atrair parceiros e se camuflar.
"Em vez disso, aprendemos que elas têm um rico repertório de genes olfativos e de sensações químicas", declarou Adriana Briscoe, da Universidade da Califórnia em Irvine, em um press release.
O estudo foi publicado na revista científica Nature.
Fonte: Último Segundo