Nasa descobre algas vitais debaixo de gelo do oceano Ártico
Cientistas descobriram enorme quantidade de fitoplâncton no mar do Alasca.
Descoberta sugere que o oceano é mais produtivo do que se imaginava.
Nasa descobre extensa camada de fitoplâncton no
gelo do Ártico
Uma missão da Nasa descobriu uma enorme quantidade de fitoplâncton, algas
vitais para a cadeia alimentar dos oceanos, no lugar menos esperado: debaixo do
gelo do Ártico, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (7) pela revista
"Science".
Uma equipe da Nasa foi enviada ao mar de Chukchi, litoral do Alasca, noroeste
do continente americano, onde encontrou uma biomassa de fitoplâncton que se
estende por 100 km na plataforma de gelo, informou o chefe da missão, Kevin
Arrigo.
"Ficamos atônitos. Foi completamente inesperado. Foi, literalmente, o
florescimento de fitoplâncton mais intenso que vi nos 25 anos que faço este tipo
de pesquisa", afirmou o cientista da Universidade de Stanford, na
Califórnia.
"Como os tomates numa horta, todo fitoplâncton requer luz e nutrientes para
crescer", explicou Arrigo. "Supunha-se que havia muito pouca luz debaixo do gelo
e não esperávamos ver muitas destas algas".
Imagem feita em abril de 2010 mostra fissura em
calota polar e superfície do oceano exposta na região do Ártico.
Para a missão, chamada "Impacto da Mudança Climática nos Ecossistemas e a
Química do Meio Ambiente Ártico do Pacífico" (Icescape, na sigla em inglês), os
cientistas realizaram expedições entre junho e julho de 2010 e 2011.
Arrigo disse que a descoberta provocou uma mudança fundamental na compreensão
do ecossistema do Ártico, que era considerado frio e desolado.
Esta pode ser a maior concentração de fitoplâncton do mundo, afirmou Arrigo,
que se surpreendeu que tenha crescido sob uma camada de gelo marinho tão grossa
quanto a altura de uma criança de cinco anos.
Esta descoberta sugere que o oceano Ártico é mais produtivo do que se
acreditava, apesar de serem necessários mais estudos para determinar como este
fitoplâncton sob o gelo influi nos ecossistemas locais.
Fonte: G1