Pesquisa acha fóssil de primata que pode ser ‘elo perdido’ da evolução
Ancestral de macacos e humanos chegou à África há 37 milhões de anos.
Sem essa migração, espécie humana possivelmente não existiria.
Sem essa migração, espécie humana possivelmente não existiria.
Cientistas descobriram no Mianmar, no sudeste asiático, um fóssil que
representa um “elo perdido” na história da evolução dos primatas. A descoberta
serve como evidência para uma migração dos antropoides – grupo que inclui
macacos e humanos –, que pode ter sido essencial na origem do ser humano.
O animal descrito nesta segunda-feira (4) pela “PNAS”, revista da Academia
Americana de Ciências, é o Afrasia djijidae, que viveu há 37 milhões de
anos. Ele é muito semelhante ao Afrotarsius libycus, uma espécie
encontrada na Líbia, no norte da África.
A semelhança é um sinal de que os antropoides migraram da Ásia para a África
por volta dessa época, segundo os pesquisadores. Se a migração tivesse ocorrido
antes, haveria maior diferenciação entre as duas espécies. Na África, o grupo
deu origem a macacos maiores e, mais tarde, ao ser humano.
“O Afrasia muda o jogo porque, pela primeira vez, sinaliza quando
nossos ancestrais mais distantes colonizaram a África. Se essa migração não
tivesse acontecido, não estaríamos aqui para falar sobre ela”, afirmou
Christopher Beard, um dos integrantes do grupo responsável pelo estudo, em
material de divulgação do Museu Carnegie de História Natural, em Filedélfia, nos
Estados Unidos.
Segundo os autores, esse animal era muito pequeno, pesava cerca de 100
gramas. A análise dos dentes mostra que ele provavelmente se alimentava de
insetos. O primata moderno que mais se assemelha a ele é o társio, que, no
entanto, não é um antropoide.
Localização dos fósseis encontrados, com uma
ilustração de como seria o 'Afrasia djijidae'
Fonte: G1