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Você gosta de ler? Obras de ficção ajuda a adivinhar pensamentos e emoções

Ler ficção faz bem para o cérebro (Foto: Image Source/Arquivo AFP)

Obras de ficção são o tipo de literatura que mais ajuda a aguçar a capacidade intelectual na hora de discernir pensamentos e emoções de outras pessoas, conclui um estudo americano publicado na quinta-feira (3) na revista "Science".
Diariamente, indivíduos são desafiados a detectar um sorriso falso, avaliar se alguém não se sente confortável ou medir as emoções de familiares e amigos, indicaram os autores. Esse é um processo mental essencial, chamado "teoria da mente", que permite o desenvolvimento de uma complexa rede de relações na sociedade atual.

Para a pesquisa, o professor de psicologia Emanuele Castano, da New School for Social Research de Nova York, e seu aluno de doutorado David Comer Kidd pediram a várias pessoas para ler histórias de ficção literária curtas e de qualidade, de ficção popular de menor qualidade e de não ficção.
Os leitores foram submetidos a uma série de testes para medir como poderiam adivinhar o que uma pessoa sentia, por exemplo, ao olhar a foto de uma expressão facial ou ao responder a perguntas sobre como um indivíduo com determinada personalidade atuaria sob certas circunstâncias. Os dados revelaram que os melhores resultados foram obtidos pelos voluntários que haviam lido fragmentos de ficção literária.

O estudo revelou também que o fator determinante para melhorar a capacidade de sondar a "alma" alheia é a qualidade das obras de ficção, que nos experimentos tiveram diferentes temas, mas produziram o mesmo resultado.
Segundo os autores, isso ocorreu porque essas leituras envolvem mais intelectualmente o leitor, despertando seus pensamentos criativos, diferente do efeito da ficção popular ou de qualidade inferior.
"Assim como na vida real, os mundos descritos na literatura de ficção de qualidade estão cheios de personagens complexos cujas vidas interiores poucas vezes são facilmente discerníveis, o que requer um esforço intelectual", escreveram os pesquisadores.

As descobertas podem ser úteis para ajudar na reabilitação de presos ou na comunicação de pessoas com autismo, destacaram os cientistas.

Fonte: G1