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Bom humor é essencial para melhorar a saúde e a nossa inteligência

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Comprovado. Embora animais riam, os humanos passam mais tempo rindo do que exibindo qualquer outra emoção

Hoje é o Dia Mundial da Saúde, uma data escolhida para conscientizar sobre a importância dos hábitos saudáveis de vida. E tão importante quanto uma rotina de atividades físicas e de alimentação balanceada, bom humor é fundamental para o organismo.

O neurocientista cognitivo Scott Weems que o diga. O humor merece um estudo acadêmico sério, ele argumenta em seu livro, “Ha! The Science of When We Laugh and Why” (Há! A ciência de quando rimos e por que, em tradução livre), pois produz vislumbres de como nosso cérebro processa um mundo complexo e como isso, por sua vez, nos transforma em quem somos.

Embora animais riam, os humanos passam mais tempo rindo do que exibindo qualquer outra emoção. Porém, o que confere a algumas pessoas um senso de humor melhor do que o de outros? Sem surpresa, os extrovertidos costumam rir mais e produzir mais piadas; contudo, em testes que medem a capacidade de escrever legendas de charges, as pessoas mais neuróticas, agressivas, manipuladoras e dogmáticas eram as mais engraçadas.

Talvez, escreve Weems, as pessoas infelizes são “mais propensas do que as outras a falar de forma desajeitada ou não aceitável socialmente para fazer uma boa piada”. Ou como pessoas de Aristóteles a Gertrude Stein ressaltaram, a infelicidade pode gerar a criatividade, e as melhores piadas exigem ginástica intelectual e uma observação astuta da natureza humana.

Analisar o humor às vezes exige dissecar piadas. Weems desmonta as piadas da “compreensão” em três componentes básicos: construção (examinar conhecimento relevante, experiência e expectativas), avaliação (descartar nossos erros e expectativas errôneas) e resolução (chegar a uma conclusão satisfatória e muitas vezes surpreendente). Veja como seu cérebro rapidamente faz essas três coisas ao ler o seguinte título: “Doutor testemunha em julgamento de cavalo”.

Para Weems, essas três etapas são as mesmas que usamos para solucionar problemas diários, logísticos, interpessoais ou existenciais. Segundo ele, “interpretar nosso mundo é um evento criativo”. Em sua raiz, as piadas têm a ver com conflitos, e “detectar erros é a forma pela qual nossos cérebros transformam conflitos em recompensas”. Sem essa capacidade, não conseguiríamos tomar decisões, aprender novos truques ou nos dar bem com os outros.

Fonte: O Tempo