Achados fósseis de animais que viveram na Idade do Gelo na Bolívia
Pegadas de dinossauro no Parque Cretáceo Carl Orcko, no Sucre, na Bolívia. O lugar contém mais de 5.000 pegadas de 294 espécies de dinossauros, que teriam vivido entre o fim do período Cretáceo e o começo do Terciário, há 66 milhões de anos
Uma jazida com fósseis de animais pré-históricos, datada de 300 a 400 milhões de anos, foi descoberta no sudeste da Bolívia por uma missão de paleontólogos bolivianos e uruguaios, informaram cientistas nesta quarta-feira.
Os restos estão espalhados em uma superfície de 60 hectares no departamento (estado) de Chuquisaca (sudeste), região que "está se tornando aos poucos a meca da paleontologia mundial", disse a jornalistas Omar Medina, presidente da Sociedade Científica Universitária de Paleontologia (Sociupa).
Em Chuquisaca também ficam o Parque Cretáceo de Cal Orcko, montanha de cal em quéchua, que contém mais de 5.000 pegadas de 294 espécies de dinossauros, que teriam vivido entre o fim do período Cretáceo e o começo do Terciário, há 66 milhões de anos.
No local, "abre-se um espaço de tempo muito grande na história do planeta", acrescentou Pablo Toriño, paleontólogo da Universidade Nacional do Uruguai.
"Passamos da extinção dos dinossauros e chegamos à era cenozoica e, dentro dela, o período quaternário, um lapso de tempo enorme. E se a isso somarmos os fósseis do devônico, que estão em Sucre, estamos falando de uma história de 300 ou 400 milhões", explicou Toriño.
Com a pesquisa ainda em fase inicial, Medina avalia que "certamente a magnitude destas jazidas apresentarão algumas novas espécies que poderão ser encontradas lá. A quantidade de coisas que poderão ser encontradas não está descartada pelas dimensões que esta jazida tem".
"Pode se tratar de um cemitério de elefantes, isto deve ser estudado, tem que continuar sendo estudado", considerou Medina.
Seu colega uruguaio acrescentou que "vendo o filme (A Era do Gelo) é dessa fauna que se fala aqui na Bolívia, exatamente".
Toriño disse à imprensa que "foi encontrado no fim de semana passado o que parece ser um grande pedaço de quadril de um destes animais."
"Também vimos molares e várias partes de gliptodontes e também de muitos mastodontes".
O maior interesse científico está no gliptodonte, espécie de tatu gigante, extinto há 100.000 anos.
A jazida fica no município de Padilla, a 180 km de Sucre.
Fonte: AFP