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Encontrada adega de vinho da Idade do Bronze em Palácio em Kabril


Investigadores descobrem adega em Palácio cananeu, atual Israel, que remonta a Idade do Bronze. Na adega foram encontrados quarenta vasilhames com resíduos de vinho. Uma descoberta que indicia complexos conhecimentos de botânica e capacidades farmacopeicas sobre os aditivos presentes no vinho.

Perde-se no tempo a localização e data da origem do vinho, sendo que são vários os vestígios que surgem para explicar a história da viticultura, regiões marcantes e os seus povos. 
Conhece-se a importância econômica e social que o vinho teve ao longo do tempo e os especialistas reconhecem a grande relevância que o vinho terá tido nos Palácios da zona do Mediterrânico e Próximo Oriente no segundo milênio a.C. 
Um conhecimento que tem chegado ao nosso tempo graças a informação contida em tábuas de argila, meios com informação visual e várias outras formas de comunicação, no entanto, é escassa a evidência arqueológica direta. 

Na edição de 27 de agosto, da revista científica PLOS ONE, uma equipe de cientistas da Universidade de Brandeis, nos EUA, dizem que em escavações que levaram a cabo em 2013, no Palácio da Idade Média do Bronze (1900-1600 a.C.) da antiga cidade Cananeia, atualmente a cidade de Kabri, em Israel, foi encontrada uma antiga adega com quarenta vasos de armazenamento de grandes dimensões. 

Os vasos encontravam-se numa sala do Palácio, localizado a oeste do pátio central, e foram submetidos a análises através de espectroscopia de massa para avaliar os resíduos orgânicos existentes dentro dos mesmos. 
Os resultados das análises revelaram que todos os recipientes continham compostos químicos indicativos de vinho e os cientistas detectaram algumas diferenças nos aditivos, os quais incluíam mel, resina de estoraque, resina terebinto, óleo de cedro, cyperus, zimbro e possivelmente murta, hortelã e canela. 
Para os investigadores "estes aditivos sugerem um conhecimento sofisticado da paisagem botânica e das capacidades farmacopeicas necessárias para produzir uma bebida complexa que incluía a preservação, a palatabilidade e a psicoatividade". 

Os cientistas dizem ainda que este estudo "resultou em ideias inatingíveis no passado, que contribuem para uma maior compreensão não só da antiga viticultura, mas também da economia palaciana cananeia".
No artigo, os investigadores explicam que "os ácidos tartárico e siríngico juntamente com evidência de resinação foram identificados em cerâmicas antigas, mas até agora os contextos arqueológicos por de trás destas descobertas esporádicas têm sido vagos, impedindo conclusões definitivas sobre a natureza da antiga viticultura", mas «a situação agora mudou», afirmam. 
Para 2015, os investigadores preveem continuar as escavações no Palácio, dado que na sala onde encontraram os 40 vasilhames existem duas passagens para salas diferentes, na qual uma delas em 2013 encontraram seis vasos de grandes dimensões, mas esperam agora ver o que lhes reserva o resto das salas circundantes à antiga adega. 

Fonte: TV Ciência