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Físicos conseguem capturar o som de um átomo pela primeira vez

Descoberta permitirá demonstração sônica de fenômenos quânticos, o que antes era possível apenas com a luz

ilustração fora de escala do experimento  (Foto: Philip Krantz, Krantz NanoArt/Divulgação)
Ilustração fora da escala do experimento

Nós abrimos uma nova porta para o mundo quântico ao falar com os átomos e escutá-los”, diz Per Delsing, físico experimental da Universidade de Tecnologia Chalmers, na Suécia, sobre a descoberta pioneira que ele e um grupo de colegas fizeram. Os pesquisadores criaram um átomo artificial, composto por circuitos elétricos quânticos, que funciona exatamente como qualquer um encontrado na natureza, podendo inclusive armazenar energia. Normalmente, ela seria emitida na forma de uma partícula de luz, mas neste caso os circuitos foram programados para emitir e absorver a energia na forma de som.

A técnica promete abrir uma série de novas possibilidades no campo da experimentação a nível quântico. “Devido à lenta velocidade do som, nós vamos ter tempo de controlar as partículas quânticas enquanto elas viajam”, explica Martin Gustafsson, principal autor do artigo, publicado nesta quinta-feira na revista Science. O físico destaca que este monitoramento é muito mais difícil no caso dos fótons, que viajam cerca de 100 mil vezes mais mais depressa.

 representação do átomo artificial  (Foto: Martin Gustafsson e Maria Ekström/Divulgação)
Representação do átomo artificial

O átomo artificial mede 0,01 milímetro e é composto por circuitos supercondutores, semelhantes aos usados para a construção de computadores quânticos. Os pesquisadores usaram um equipamento que converte micro-ondas elétricas em sonoras, e vice-versa. As ondas eram propagadas por uma superfície sólida e gravadas por uma espécie de “microfone” posicionado logo à frente. A frequência do som é semelhante àquela das redes sem fio, e a nota emitida pelo átomo está 20 oitavas acima da nota mais aguda de um piano. “Uma partícula destas é o som mais fraco que pode ser detectado”, diz Gustafsson.

Fonte: Galileu