Maior do que o T-rex, dinossauro descoberto no Marrocos era aquático
Um dinossauro carnívoro maior do que o Tyrannosaurus rex e um ótimo nadador, o Spinosaurus aegyptiacus pode ser o primeiro dinossauro carnívoro também aquático, sugere um novo estudo publicado nesta quinta-feira (11) na revista Science Express.
Os estudos relacionados a essa espécie ficaram parados durante meio século, desde que os primeiros fósseis descobertos foram destruídos durante a Segunda Guerra Mundial. As primeiras análises relacionadas ao S. aegyptiacus já mostravam que o dinossauro era uma "raridade", principalmente por algumas de suas características físicas, como seus espinhos grandes.
Pesquisadores encontraram partes de um crânio, coluna axial, cintura pélvica e membros de novos fósseis da espécie nos leitos de Kem Kem, no Marrocos, um conjunto muito mais complexo de fósseis do S. aegyptiacus. Eles afirmam que o animal tinha mais de 15 metros de comprimento e o compararam a outras espécies de dinossauros.
"O animal era leve, é um ancestral muito longínquo das aves", informou o paleontólogo Sérgio Furtado Cabreira. Foi ele quem achou o fóssil, no dia 30 de janeiro deste ano. Ele estava numa expedição de buscas, feitas de duas a três vezes por ano na região. O local é de interesse dos pesquisadores porque é rico em rochas do período triássico (de 200 milhões a 250 milhões de anos atrás).
Os resultados das análises demonstram que o animal carnívoro tinha um conjunto de adaptações físicas que lhe permitiam passar grande parte do seu tempo na água, alimentando-se de tubarões, peixes-serra e peixes pulmonados. Esses dinossauros também tinham a capacidade de caminhar sobre quatro patas quando estavam em terra firme.
Os pesquisadores também concluíram que o animal podia retrair as suas narinas carnudas para uma posição no topo da sua cabeça e que seus pés chatos eram utilizados para se locomover dentro da água. Além disso, eles sugerem que o pescoço e a coluna vertebral do S. aegyptiacus foram adaptadas para perseguir presas subaquáticas.
"A pesquisa representa um importante ponto de partida para conhecer mais sobre esse animal, que até tinha a capacidade de colonizar ambientes aquáticos", afirma Nizar Ibrahim, paleontólogo responsável pela pesquisa.
Fonte: UOL