Cientistas afirmam que lava criou figura humana na Lua
Uma bacia lunar escura que, vista da Terra, produz a imagem de uma figura humana, também conhecida como "homem na Lua", foi criada por um jato de lava e não pela colisão de um asteroide, afirmaram astrônomos nesta quarta-feira.
Chamada de Oceanus Procellarum - o "oceano das tormentas", como é conhecida pelos observadores dos céus -, a vasta bacia tem quase 3.000 quilômetros de diâmetro.
Até agora, a principal teoria para explicar este traço extraordinário é que ele teria surgido quando uma rocha espacial maciça colidiu com a Lua nas origens do satélite natural da Terra.
Mas um estudo publicado na revista científica Nature oferece evidências de que uma erupção vulcânica teria criado a mancha que cobre um quinto da face visível da Lua.
Segundo o artigo, ao analisar dados de uma missão da Nasa, astrônomos descobriram remanescências de antigas fendas na crosta lunar, que no passado formaram um "sistema de bombeamento de magma".
Este sistema inundou a região com lava há entre 3 e 4 bilhões de anos. Com o tempo, a lava se solidificou para criar a rocha basáltica escura atualmente visível da Terra.
As fendas ficaram evidentes depois de uma missão de 2012, denominada GRAIL, que enviou duas sondas, uma seguindo a outra ao redor da Lua.
À medida que a nave principal sobrevoava uma região com crosta mais fina ou mais espessa, o empuxo gravitacional sobre ela mudava e esta alterava por um curto período sua distância em relação à sonda que a seguia.
Ao medir o movimento sanfona entre as duas sondas, os cientistas conseguiram mapear diferenças na crosta lunar.
Esse mapa mostrou que a margem da região Procellarum tem a forma de um polígono, com extremidades que se unem em um ângulo de 120 graus.
Esta é a assinatura da contração por material fundido e que se resfriou e cristalizou, enquanto o impacto de um asteroide teria criado uma cratera circular ou elíptica, acreditam os cientistas.
Ainda não está claro, no entanto, porque a erupção de lava aconteceu, afirmou Maria Zuber, professora de Geofísica do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Fonte: AFP