Sonda identifica algo estranho no mar de Titã
Titã tem quase uma vez e meia o tamanho do nosso satélite natural. Além de ser a maior lua de Saturno, é a segunda maior do Sistema Solar, perdendo apenas para Ganímedes, de Júpiter. É o único corpo celeste onde sabemos haver líquidos na superfície: eles estão na forma de grandes lagos de hidrocarbonetos como o metano. E foi justamente em um destes lagos, chamado de Ligeia Mare, que a sonda Cassini identificou uma misteriosa mancha brilhante de 260 quilômetros quadrados, que apresentou alterações ao longo dos últimos anos.
Quando a região foi analisada por radar pela primeira vez, em abril de 2007, não havia sinal de nenhum padrão que se destacasse na superfície negra do mar. No entanto, em julho de 2013, a mancha apareceu pela primeira vez e sumiu nos meses seguintes, o que levou os cientistas a concluírem que estavam diante de algum tipo de fenômeno transitório.
Titã e Saturno
A surpresa dos pesquisadores foi ainda maior quando, em agosto deste ano, a Cassini voltou a apontar a presença da estrutura. A equipe da NASA que coordena os dados enviados pela sonda garante que não se trata de nenhum tipo de anomalia técnica, e afirma também que não há evidências de vínculo com a evaporação no oceano da lua, já que nenhuma mudança foi notada em outras regiões.
Eles sugeriram que a mancha pode ser fruto de ondas, bolhas e sólidos flutuantes ou submersos. Os pesquisadores acreditam na possibilidade de algo ainda mais exótico, como uma relação com a mudança de estações no satélite natural, já que o verão se aproxima do hemisfério norte de Titã, região onde se localiza o Ligeia Mare.
“A ciência ama um mistério, e com este padrão enigmático, nós temos um exemplo empolgante de mudanças em andamento em Titã”, diz Stephen Wall, líder da equipe de pesquisadores. “Estamos esperançosos que vamos ser capazes de continuar assistindo as mudanças se desdobrarem e ganhar insights sobre o que está acontecendo naquele mar alienígena”.
Fonte: NASA