Cientistas encontram DNA mais antigo do vírus da varíola
Cientistas fizeram uma descoberta surpreendente no corpo mumificado de uma criança que morreu no século 18, eles conseguiram identificar o DNA do vírus da varíola.
A importância desta descoberta se deve ao fato da possibilidade de se estudar e rastrear a história deste agente patogênico mortal. Espécimes deste vírus existem apenas nos congeladores protegidos nos laboratórios desde a erradicação da infecção no fim da década de 1970, resultado das campanhas de vacinação.
Até hoje a origem do vírus permanece um mistério e a descoberta do DNA viral na pele do corpo mumificado que estava em uma cripta sob uma igreja da Lituânia, poderia enfim ajudar os cientistas descobrir mais sobre esta doença infecciosa.
A descoberta foi publicada na revista científica americana Current Biology.
A sequência de DNA deste antigo agente patogênico indica que a infecção surgiu entre os humanos mais recentemente do que se pensava e revela também que o micróbio sofreu várias mutações.
Os cientistas reconstituíram o genoma completo da cepa encontrada no corpo mumificado e o compararam com os vírus da varíola que datam de meados do século 19 e igualmente do período precedente à erradicação da infecção, no fim da década de 1970.
Eles concluíram que os vírus tinham um ancestral viral comum que apareceu entre 1588 e 1645, o que coincide com um período de exploração, migração e colonização que poderia ter contribuído para a propagação da varíola no mundo.
Com a tese, talvez os egípcios da época de Ramsés não tenham sofrido com a varíola, e sim a varicela ou o sarampo, indicaram os cientistas.
Além disso, a reconstituição do genoma deste antigo vírus do século 17 possibilitou uma datação mais precisa da evolução da doença. Os cientistas conseguiram deste modo identificar distintos períodos de evolução do vírus.
Eles citam um exemplo claro registrado na época em que o médico inglês Edward Jenner criou sua vacina contra a varíola no século 18.
Neste período, o vírus aparentemente se dividiu em duas cepas, o que sugere que a vacinação pode ter exercido uma pressão sobre o agente patogênico para sua adaptação.