Iceberg 300 mil vezes maior que o do Titanic pode se desprender da Antártida
Pesquisadores do Projeto Midas, um grupo britânico que tem monitorado o desgelo na Antártida, descobriram uma alteração preocupante na fenda de 175 quilômetros de comprimento, que ameaça separar a plataforma de gelo Larsen C do leste da Antártida.
O que os pesquisadores puderam observar foi que a ponta que avança no interior da Larsen C se dividiu em duas nos últimos dez quilômetros da fissura. Caso venha a se romper, o que para os especialistas é apenas uma questão de tempo, a plataforma dará origem a um gigantesco iceberg de 5.000 quilômetros quadrados, equivalente à área do Distrito Federal.
Embora o comprimento da fenda tenha sido estático desde fevereiro, a sua largura tem crescido de forma constante, a mais de um metro por dia. E este alargamento tem aumentado consideravelmente desde o desenvolvimento da segunda ponta, como pode ser visto nas medições por satélite, já que, por ser inverno na Antártida, as observações a olho nu são inviáveis.
Como o bloco de gelo flutuará, ao se romper, ele não deve causar aumento no nível dos oceanos. Contudo, futuras rupturas causadas pelo desprendimento podem levar ao descongelamento de geleiras e, como a água dessas últimas são integradas aos mares, podem levar ao aumento do nível.
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Segundo os cientistas, a fissura que pode levar à ruptura do iceberg não é derivada das mudanças climáticas, mas um fenômeno geográfico. É provável que as mudanças climáticas tenham antecipado o rompimento, mas, provavelmente, não sejam a causa do fenômeno.
O Larsen C é apenas um sintoma de um problema maior. Descobertas recentes mostram que mudanças preocupantes estão acontecendo em quase todos os lugares através da enorme extensão gelada da Antártida.