Um fóssil de 360 milhões de anos é mais um mistério para a evolução
Há algo a ser aprendido com todos os fósseis, que, de vez em quando, é encontrado um fóssil que não parece estar no lugar certo. Um novo fóssil de peixe recentemente descrito, chamado Hongyu chowi, parece implicar que mais espécies estavam evoluindo para viver em terra bem antes do que pensávamos.
Encontrado em uma pedreira no norte da China em 2002, H. Chowi poderia reformular a história da evolução em relação ao ancestral comum dos animais terrestres vindo dos mares.
A história de como isso aconteceu é relativamente conhecida. Cerca de 360 milhões de anos atrás, no período do Devoniano, um grupo de um tipo particular de peixe chamado peixes com nadadeiras lobadas, por suas barbatanas carnudas contendo músculos e ossos, evoluíram para tetrápodes.
Esses membros podem incluir asas e nadadeiras, sendo assim, a maioria dos animais, incluindo pássaros, tartarugas, focas e nós humanos, somos descendentes desses peixes.
H. chowi é um peixe de 1,5 metros de comprimento que viviam cerca de 370 a 360 milhões de anos atrás, e possui características que dificultam classificá-lo filogeneticamente.
Ele compartilha várias características com um grupo de peixes predadores de lóbulo chamado Rhizodonts, que se divide com o grupo do tetrápodes antes de evoluírem para animais terrestres. Seu tamanho e algumas das formas dos seus ossos são consistentes com os rhizodonts.
Por outro lado, ele também compartilha características com outro grupo extinto de peixes com lombos, o elpistostegids.
Isso poderia, segundo os pesquisadores, indicar uma das duas coisas. O primeiro é que H. chowi é um rhizodont que evoluiu de forma independente com características tetrápodes.
O segundo é que alguns rhizodont podem estar mais intimamente relacionados aos elpistostegids e tetrápodes do que se pensava anteriormente.
Seja qual for a resposta, a conclusão é significativa: as características compartilhadas entre grupos separados são mais substanciais do que sabíamos, aumentando os paralelos entre rhizodonts, elpistostegids e tetrápodes.
A pesquisa foi publicada na revista Nature Ecology & Evolution.