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Curso presencial gratuito de Oceanografia na USP


As inscrições para o curso Noções de Oceanografia deste semestre serão recebidas de 2 a 13 de abril pelo sistema Apolo. As aulas são gratuitas e acontecem no período de 6 de maio a 8 de julho. Para mais informações, entre em contato com o Instituto Oceanográfico da USP no telefone (11) 3091-6501 ou pelo e-mail diretoria.io@usp.br.

Com objetivo de apresentar as ciências do mar ao público, o Instituto Oceanográfico (IO) da USP oferece há 24 anos o curso Noções de Oceanografia. Dividido em oito encontros,  realizados sempre aos domingos, o curso envolve uma série de palestras passando por nichos físicos, químicos, geográficos e biológicos que envolvem a área de estudo. São três edições anuais totalmente gratuitas — duas delas em São Paulo e uma em Santos, no litoral paulista.

“A ideia básica dos encontros é dar uma visão ampla da oceanografia para o público geral e, em particular, para futuros vestibulandos. Durante as aulas, divulgamos o estudo, seus métodos, áreas de atuação, enfim, assuntos que consideramos importantes para que conheçam o que é a oceanografia”, explica Joseph Harari, professor responsável pelo curso.

Segundo dados levantados pelo pesquisador, cerca de 20% dos estudantes do Instituto passaram pelo curso anteriormente ao ingresso no IO. Para o professor, o estudo dos mares é algo muito atrativo aos jovens, mas é necessário que eles estejam cientes do que irão aprender.

“Precisamos ter uma consciência prévia sobre os métodos de ensino e embasamentos de pesquisa relacionados à oceanografia. A partir do curso, esperamos que os alunos cheguem com mais informações sobre o que o campo de atuação técnico-científico representa.”

Mesmo com a atenção especial aos vestibulandos, anualmente, as aulas recebem um público muito diverso — de professores e pesquisadores especializados no assunto a cidadãos que, por mera curiosidade, desejam aprender mais sobre os oceanos. Todos os 200 inscritos recebem apostilas com resumos dos encontros. Para receber o certificado, é preciso o mínimo de 85% de presença nas palestras.

Um mergulho na oceanografia

Atualmente, 14 professores do Instituto Oceanográfico estão diretamente envolvidos com o projeto. Cada um tem a responsabilidade de ministrar uma palestra referente ao nicho da oceanografia que estuda. Segundo Harari, a experiência é muito gratificante para os docentes.

A ciência oceanográfica é dividida em quatro grandes áreas — Oceanografia Física, Oceanografia Química, Oceanografia Geológica e Oceanografia Biológica — e os encontros buscam abranger todas elas. Além disso, há uma aula singular ministrada por um engenheiro do Laboratório de Instrumentação Oceanográfica, que explica como é feito o trabalho de campo.

Em São Paulo, as palestras ocorrem aos domingos, das 9 às 13 horas, no auditório do IO. Durante o primeiro semestre, os encontros são feitos nos meses de abril, maio e junho. Na segunda metade do ano, são escolhidos os domingos de setembro, outubro e novembro. Em Santos, as aulas ocorrem nas tardes de terça-feira, em um mês designado ao início do ano.

Os dois primeiros dias de encontro são sempre dedicados à Oceanografia Física, com discussões sobre dinâmica oceânica, esquemas e padrões do movimento das marés e as propriedades físico-químicas da água do mar. No terceiro, debate-se sobre Oceanografia Química — com temas como a composição da água marinha, os problemas de poluição e os aspectos químicos do oceano de maneira geral.

No quarto domingo, há duas palestras sobre Oceanografia Geológica, tratando de assuntos como erosão, praia, sedimentação, materiais e depósitos abaixo do fundo do mar. Nos três fins de semana seguintes, encerram-se os debates sobre as grandes áreas ao discutir a parte biológica, abordando cadeia alimentar, espécies oceânicas, habitats e a vida marinha como um todo.

No último dia de curso, a ideia é aproximar os estudantes e futuros oceanógrafos das dinâmicas presentes na profissão a partir de atividades práticas. Os participantes conhecem de perto os equipamentos utilizados para trabalhos oceanográficos de campo e têm informações sobre a área acadêmica e profissional de quem escolhe a carreira. O encontro é ministrado por uma equipe do Museu Oceanográfico do IO e por alunos de pós-graduação.

Ao fim do projeto, o aluno tem abertura para manter contato com os professores responsáveis pelas palestras e ter suas dúvidas esclarecidas.


Expedição

Ao final dos oito encontros, a organização do curso Noções de Oceanografia oferece aos participantes uma excursão ecológica — três dias em uma das bases do IO, no litoral paulista. A viagem, explica Joseph Harari, é uma atividade complementar, mas não obrigatória, por envolver custos para os estudantes. Só são permitidos maiores de 18 anos na expedição.

“Em geral, vamos para Cananéia ou Ubatuba. Saímos de ônibus com os alunos na sexta à tarde e passamos o fim de semana na base do Instituto Oceanográfico. Lá, fazemos trabalhos de campo e pequenas saídas de barco, tendo contato com equipamentos especializados e a vivência de um oceanógrafo”, explica o professor. “Essa foi a maneira que encontramos para tornar nosso curso mais completo”.

Créditos, fonte e divulgação: Jornal USP