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Um único vulcão na Islândia pode estar emitindo mais dióxido de carbono do que todos os demais vulcões combinados do país


Apesar de ser quase todo sufocado por uma geleira de 200 metros de espessura, um dos maiores e mais ativos vulcões da Islândia ainda consegue lançar surpreendentemente grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, revela uma nova pesquisa.

Para ajudar a levantar o véu sobre Katla (centro à direita, acima), que fica perto da ponta mais meridional da Islândia, os pesquisadores voaram três vezes em três altitudes em 2016 e 2017. Em alguns pontos perto do vulcão, os níveis de CO2 foram cerca de 8% superiores ao normal. Usando simulações por computador, a equipe identificou algumas fontes possíveis de excesso de CO2, incluindo locais no flanco ocidental do vulcão, onde a água derretida cheia de gases dissolvidos emerge de baixo da geleira que cobre o pico. 

Com base nos modelos e dados da equipe, Katla está emitindo algo entre 12.000 e 24.000 toneladas métricas de dióxido de carbono por dia, relatam os pesquisadores online esta semana na Geophysical Research Letters. Isso é várias vezes superior às estimativas anteriores de emissões de todos os vulcões da Islândia combinados - o que pode ser muito subestimado porque apenas dois dos vulcões subglaciais daquele país tiveram suas emissões medidas em detalhe.

Os cientistas estimam que em todo o mundo vulcões emitem, em média, cerca de 1,5 toneladas métricas de CO2 por dia (cerca de 2% do valor do que faz a atividade humana). No entanto, essa estimativa pode ser muito baixa porque se baseia em medições de apenas 33 dos picos vulcanicamente mais ativos do mundo (dos quais apenas três estão cobertos de gelo), entre os 1.500 que eclodiram nos últimos 10 mil anos. Mais dados coletados da Islândia - bem como da Antártida, que abriga dezenas de vulcões cobertos de gelo - podem ajudar os cientistas a encontrar uma estimativa melhor para as emissões de CO 2 vulcânicas 

Fonte e crédito: Science