Últimas

Sonhar pode ajudar o cérebro a esquecer excesso de memória

setembro 21, 2019 ,

Pesquisadores da Universidade de Nagoya, no Japão, relataram um novo estudo que comprova que sonhar pode ajudar o cérebro a filtrar informações desnecessárias captadas durante o dia e criar espaço para novas memórias.

Já era sabido através de estudos anteriores que as células especiais chamadas Hormônio Concentrador de Melanina (MCH), localizadas principalmente em neurônios, libera sinais elétricos durante o sono REM - uma fase do sono marcada por movimentos oculares rápidos, aumento da freqüência cardíaca e sonhos intensos - mas agora os pesquisadores observaram também que estas células interferiam diretamente no hipocampo, uma região do cérebro necessária para consolidar memórias, dando um novo significado e importância para as células MCH.. 

Em suas análises iniciais de padrões de sono em ratos, verificaram que 52,8% das células MCH estavam ativas durante o sono REM, enquanto apenas 35% enquanto estavam acordados, levando a acreditar que as essas células poderiam ajudar o cérebro a armazenar memórias.

Para testar essa teoria, os cientistas apresentaram aos ratos dois brinquedos - uma banana de plástico e um objeto de madeira - e então ativaram ou suprimiram artificialmente seus neurônios MCH. Em seguida, a equipe substituiu um novo brinquedo por um desses itens e deu um passo atrás para ver como os animais reagiriam.

Os ratos com células MCH ativas abordaram os dois brinquedos com a mesma frequência, sugerindo que não tinham memória de sua interação anterior com o objeto mais antigo. Aqueles com neurônios inibidos, entretanto, estavam mais interessados ​​em explorar o novo brinquedo. Fundamentalmente, essas mudanças comportamentais só ocorreram quando os pesquisadores manipularam as células durante o sono REM, e não enquanto os animais estavam acordados ou em uma fase diferente do sono.

Esses resultados sugerem que os MCH hipotalâmicos ajudam o cérebro a esquecer ativamente novas informações que não são importantes, desta forma os neurônios podem estar limpando os recursos de memória para o dia seguinte.

O estudo pode ter implicações no tratamento de doenças como Alzheimer e outros distúrbios semelhantes da memória.