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Pesquisadores encontram sapo que imita cobra para sobreviver na natureza

Sapo gigante congolês a esquerda e a víbora do Gabão ao lado. Créditos: Eli Greenbaum

O sapo gigante congolês, que chega ao tamanho de uma mão pequena, poderia até ser uma refeição para diversos predadores de sua região, mas ela possui um truque nunca visto em nenhum outro lugar do mundo, ela tem aparência e age como uma víbora do Gabão, uma das cobras mais venenosas da África Central.

Sabemos que na natureza há diversos animais que imitam animais perigosos para evitar serem comidos, não só isso, se camuflam em locais tão semelhantes que na maioria das vezes nem são notados por quem quer que seja. As borboletas vice-rei (Limenitis archippus) são coloridas como o monarca (Danaus plexippus), porém só a monarca é tóxica, por exemplo, e muitas cobras inofensivas imitam as venenosas, como a falsa-coral que é muito menos letal que a coral-verdadeira mas possui muita semelhança na coloração. Nesta pesquisa, foi a primeira vez que os cientistas identificaram sapos imitando cobras.

Para garantir que os pesquisadores não estivessem vendo as coisas, uma equipe de herpetologistas passou 10 anos comparando sapos mortos de museus com sapos vivos de 11 locais da República Democrática do Congo com a víbora mortal. Primeiro, os pesquisadores notaram que o corpo do sapo possui uma forma triangular semelhante à da cabeça da víbora (como mostrado na foto acima, esquerda e direita, respectivamente). Então, eles observaram um padrão de cor impressionante e consistente: assim como a víbora, o sapo tem duas manchas marrons escuras e uma faixa marrom escura que se estende por suas costas. Finalmente, quando o sapo percebe o perigo, solta um ruído sibilante longo e baixo, semelhante ao chiado de aviso que uma víbora do Gabão pode fazer antes de atacar.

Em conjunto, essas semelhanças sugerem que o sapo é uma imitação quase perfeita para a víbora, escreveram os pesquisadores no Journal of Natural History (em inglês). Além disso, dada a sua estreita história evolutiva (ambos evoluíram entre 4 milhões e 5 milhões de anos atrás) e o fato de o sapo ser encontrado apenas em locais onde a víbora está presente, é provável que os sapos e as víboras tenham co-evoluído juntos, escrevem os autores.

A cor e a forma do sapo não são exatamente iguais. Mas a maioria dos predadores provavelmente evita qualquer coisa que pareça com a cobra, porque um único erro pode ser mortal.